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Entrevista a Inês Gomes - Autora de Flor Sem Tempo

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Entrevista a Inês Gomes - Autora de Flor Sem Tempo

Para assinalar o arranque da nova produção SP Televisão, FLOR SEM TEMPO, iremos apresentar-lhe, ao longo do mês Fevereiro, algumas das caras que trabalham diariamente para o resultado final, desde a autoria, aos produtores e realizadores, passando pelos atores e equipa técnica.

A segunda entrevistada deste segmento é Inês Gomes, a autora de Flor Sem Tempo. Há mais 20 anos a dar asas à imaginação e a escrever histórias, MAR SALGADO, TERRA BRAVA e A SERRA são outros grandes sucessos da autora.

 

Quando decidiu começar a escrever para ficção de televisão? Alguma experiência anterior na área da escrita?

Foi por acaso. Licenciei-me em Comunicação Social, mas sempre gostei de escrever. Após terminar o curso trabalhei como jornalista e dei aulas. Na altura, a NBP ia abrir a Casa da Criação e um amigo deu-me o contacto da Maria João Mira. Ela mandou-me um guião para adaptar – da novela Nunca digas Adeus – e eu adaptei o melhor que sabia. Nunca tinha tido grande interesse por guiões ou pela área do argumento, mas alguma coisa devo ter feito bem que ela contratou-me! Comecei assim na Casa da Criação, onde aprendi imenso e, ao longo dos anos, fui fazendo formações nesta área. E depois fui convidada para vir para a SP... E já lá vão mais de 20 anos a escrever guiões.

 

Como foi participar na escrita da série GLÓRIA, num trabalho conjunto? Como se processou esse trabalho?

Geralmente trabalho em equipa, quer nas novelas quer nas séries. Agora, uma novela é a ultramaratona da escrita, desenvolvida a um ritmo muito mais acelerado e onde tempos menos tempo para pensar e escrever. Numa série com apenas dez episódios, podemos trabalhar muito bem os arcos da história, das personagens e cada guião individualmente. Temos mais tempo para pesquisar, escrever, reescrever e voltar a reescrever. Na Glória criámos um writers room em que toda a equipa trabalhava e debatia cada episódio.

 

O que a inspira para partir para uma história que se transforme em produto televisivo?

Qualquer coisa pode servir de inspiração: uma notícia, uma história que oiço, alguém que conheço... Estou sempre atenta e aproveito tudo. Não é coscuvilhice, é interesse profissional!

 

Qual a estratégia narrativa para escrever uma novela? Quais os ingredientes essenciais?

As novelas são produtos feitos para agradar a todo o tipo de público, por isso temos de conseguir um bom equilíbrio entre as várias histórias. Acredito que tem de ter um plot central forte e que cative o público, depois tem de ter personagens bem construídas, com várias camadas e objetivos fortes, bons núcleos de comédia, mas integrados nos outros núcleos. O público tem de identificar com as personagens, tem de se emocionar, rir e chorar. Geralmente gosto de ter algum mistério e há sempre um amor forte e um lado aspiracional.

 

Como está a viver este novo desafio, a novela FLOR SEM TEMPO?

A um ritmo acelerado, muito acelerado... O projeto arrancou tarde e a produção e a realização são mais rápidas do que a escrita. Por mais que corra, parece que estão sempre a apanhar-me! Felizmente tenho uma excelente equipa de argumentistas, com muita experiência e que me tem ajudado muito neste projeto. São eles: a Cândida Ribeiro e a Rita Roberto, que sãos os meus braços direito e esquerdo, a Ana Casaca, a Ana Vasques, o José Pinto Carneiro e o Manuel Carneiro. A FLOR SEM TEMPO tem sido um desafio engraçado porque conseguimos ter alguns núcleos e personagens que nos dão muito gozo escrever.

SP Televisão / Luís Marinho voltar